Medo de Interpretação
Porque tenho ainda em inglês
E tenho ainda em portugês?
Já falei em sítios sem conta
e educação minha não falta.
Então porque é que tenho medo?
Será que ainda está cedo
Na minha jovem e curta vida,
Depois de hora tão devidida?
Escola com aulas fracturadas,
Famílias eram mal entendidas.
Não me entende na lamentação,
Falta alguma interpretação.
Muito bem na escola andava;
Com facilidade eu estudava;
No ranquing nacional fui bem perto
Do topo com um exame bem certo.
Ando em culturas diferentes;
Adaptação acontece facilmente;
Ando com ricos e pobreza;
Gosto de cidades, natureza.
Então porque é que tenho medo,
Será que ainda está cedo?
Não me entende na lamentação
falo, falo sem interpretação.
Fui estudando no país português;
Perdi capacidade em francês;
Num só ano falo muito melhor
e como comida com muito sabor.
Quer dizer, adaptei-me muito bem.
No entanto, não vou acabar sem
Mencionar a dificuldade minha:
As más interpretações que tinha.
Na praia portuguesa um dia,
Eu nadei, embora estivesse fria
A água. Outros disseram que não
Fosse fria--uma interpretação.
E das notícias não vou falar,
Mas sou tão estranhe que fiz me calar.
Direita, esquerda, centro são tão...
Falta ainda interpretação.
Agora temos literatura,
Desconhecida «certa altura,»
Gosto tanto de ler, escrever.
Publicações são lindas a ver.
Mas saí da grande aspiração
Pelo problema--interpretação.
Conversa acaba em solidão
Por causa de ter interpretação.
Será que eu venho dum planteta
Distante, estranhe esse planeta?
Não, porque sou apenas humano,
A sobreviver «mano a mano.»
Será por causea duma religião
Que fico fora dessa convenção?
Ue não explorei os presupostos;
Os outros podem ter os opostos.
Então porque é que medo tenho?
Será que muito cedo venho?
Não me entendo na lamentação,
Falo faltando interpretação.
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