1.12.2012

A Morte de Jesus

Tenho reflectido e ficado cada vez mais convencido de que uma pergunta é muito importante. Na verdade, a morte de Jesus provoca duas perguntas maiores. Primeiro, como é que um homem justo pode ser morto? E segundo, qual é o significado disso?

A primeira pergunta é uma das mais difíceis da história da humanidade. Muitas vezes em contacto com as pessoas, recebo a resposta seguinte: «Jesus morreu porque insultou os Judeus.»De algum modo, essa é a verdade. «Geração de víboras.» «Incircuncisos de coração.» «Hipócritas.» «Cães.» «Mortos.»

Tem muito mais vezes em que Jesus falou mal dos líderes da comunidade religiosa israelita. Mas havia muitos Judeus que o amavam. Multidões o seguiam. Na verdade quando o Novo Testamento fala mal dos Judeus está a falar do Sinédrio. Jesus não era anti semita. Ele nasceu Judeu e praticou judaísmo durante a vida na terra.

Por outro lado, os líderes do Sinédrio se zangaram com Jesus e o acusaram e o levaram à morte porque ele falou «Eu Sou.» Para nós ocidentais, talvez não seja tão evidente, mas quando Jesus falou isso, ele se apresentou a si mesmo dizendo, «Sou o único Deus. Não há outro além de mim.» Lendo os evangelhos, temos tanta evidência de Jesus crer nisso e declarar isso publicamente que ele só pode ser, como disseram alguns inclusive o C. S. Lewis, «Ele só pode ser mentiroso, maluco, ou Messias,» isto é o Senhor dos senhores. Obviamente que a sociedade passou o juízo a dizer que ele era mentiroso e por isso criminoso e merecedor de morte cruel.

Mas não posso aceitar estes factos históricos assim na superfície como o todo que aconteceu. No primeiro lugar, Jesus é apresentado de certeza absoluta no Novo Testamento como um homem perfeito e justo em todos os seus caminhos. Ele não é apresentado como um grande criminoso, mas como o único justo e perfeito ser humano. A morte dele por um lado é apresentada como um grande crime contra Deus e contra a justiça.

Segundo, a morte de Jesus é muitas vezes apresentada pelo próprio Jesus como necessária, importante e o maior propósito da vinda dele à terra. Creia o que quiser, mas os discípulos depois da morte de Jesus foram completamente convencidos da ressurreição e se arrependeram por não ter percebido as tantas vezes que Jesus falou da morte dele. O evangelho de Lucas é o mais forte a declarar isso, e plenamente podemos perceber que ele escreveu depois de entrevistar os discípulos que estavam no lugar no momento porque ele veio depois e investigou.

Então, juntando o facto de Jesus e os seus achar que ele morreu sendo justo e morreu de propósito, temos de perguntar, «Qual é o propósito da morte de um justo, especialmente uma morte tão cruel?»

Será que Deus pode ser justo e ao mesmo tempo ter um decreto eterno de mandar matar Jesus? Mas Jesus não somente falou que ia morrer como também falou que ninguém lhe tirava a vida, mas que ele dava de livre vontade. Fala-se muito em livre arbítrio, mas muito pouco do livre arbítrio de Jesus. Isto não é um suicídio. Jesus falou que era o propósito eterno de Deus e Paulo nos fala que foi o conselho determinado da vontade de Deus. Então, conforme o Novo Testamento, Jesus se deu como voluntário e não por obrigação para morrer.

Tem muitas evidências da condenação de pecado. A alma que pecar morrerá. O salário do pecado é a morte. Mas Jesus é apresentado como não tendo pecado mas a morrer e isto sendo o maior acto de justiça de sempre de Deus. Como é que um justo morre? Se somente os pecadores morrem, como é que o único justo morre?

A resposta é um mistério e difícil para aceitar. A resposta é que o Filho que não conheceu o pecado, foi feito o nosso pecado. Ele levou sobre si o peso da nossa transgressão. Essa é a única explicação racional. A única maneira em que Jesus poderia morrer é com pecado. Se ele não tinha, ele tomou o pecado de alguém. Esse alguém é quem quer crer nele.

Tem muitas respostas aos porquês como propósitos que Deus tinha para fazer através da morte de Jesus, mas esta pergunta primeira é muito importante. Romanos com muita clareza nos ensina uma doutrina que muitos não querem ouvir. É a doutrina da dupla imputação. Isto é, Jesus recebeu a imputação do nosso pecado para que Deus fosse justo em dar para o pecador a imputação da justiça de Jesus.

Essa doutrina é difícil aceitar porque cada um quer guardar alguma capacidade de produzir justiça por conta própria. Cada um quer poder em autonomia resolver o problema de pecado e pagar. Cada um quer se juntar a Jesus e fazer algo mais. Mas isto significa que Jesus para essas pessoas não é suficiente.

Quando tentamos estabelecer uma justiça pessoal e não aceitamos a única justiça de Jesus, nós rejeitamos a suficiência dele. Nós fazemos dele uma mera tragédia histórica. Daí que tentar estabelecer justiça própria é fazer se inimigo de Deus e de Jesus por mais que fale esses nomes.

0 Commentários:

Enviar um comentário

<< Home